Monday, January 31, 2011

Presidente da Partex fala sem rodeios

Em declarações à agência Lusa o presidente da Partex, António Costa e Silva, transmite hoje uma mensagem de grande pragmatismo no que toca à situação energética mundial. Em contraste com aquela que tem sido a visão tradicional da empresa – o crescimento pronto da oferta de petróleo e gás conforme as necessidades – Costa e Silva alude muito directamente à impossibilidade de se cumprirem as previsões de instituições como a Agência Internacional de Energia ou o Painel Inter-governamental para as Alterações Climáticas.


É bom saber que em Portugal existem pessoas que pensam a energia estudando os números e não apenas imaginando cenários de fartura. É também de registar o facto de a comunicação social se mostrar receptiva a este tipo de análise, pois o artigo da Lusa é reproduzido em grande parte da impressa electrónica de hoje.


“Bulimia energética” é uma metáfora especialmente acutilante.

OJE/Lusa
Presidente da Partex acredita na estabilização do preço do petróleo entre os 100 e 110 dólares
31/01/11, 08:12

"Hoje consumimos à volta de 87 milhões de barris de petróleo por dia. Isto significa que há uma piscina olímpica que se esvazia a cada 15 segundos, são mais de 5.500 piscinas olímpicas por dia, é uma sociedade em bulimia energética", comentou.
 

Se é expectável uma estabilização do preço do barril de petróleo no curto prazo, no longo prazo cenário torna-se mais sombrio.
 

"A expectativa do crescimento do consumo nos próximos 25 anos é da ordem dos 115 milhões de barris por dia", começou por alertar.
 

A somar à crescente procura de petróleo por parte das economias emergentes, a indústria petrolífera debate-se ainda com o declínio da capacidade de extracção.
 

"A Agência Mundial de Energia fez um estudo dos 800 campos de petróleo mais activos no mundo e eles estão em declínio de 6,7%o. Isto é, só para repor o declínio da produção desses campos, sobretudo nos países não-OPEP, vamos precisar de quatro a seis novas Arábias Sauditas", avisou.
 

Além de sublinhar a necessidade de uma diversificação das fontes energéticas, António Costa Silva sublinha ser necessário "olhar para todas as outras fontes de energia, como a nuclear ou os hidratos de metano, além das renováveis", caso contrário "o planeta pode estar confrontado com um colapso".

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